quarta-feira, junho 28, 2006

PRÍNCIPES

Na sequência da questão aqui colocada, eis que surge uma resposta... como direi... actual?!?!:

"Os Príncipes Encantados estão ultrapassados. O que está na moda são os Lobos Maus, porque nos ouvem melhor, vêem melhor e ainda nos comem."

21 comentários:

Anónimo disse...

Eheheh...
O Lobo Mau é um verdadeiro principe encantado!Gosto desta versão!
vais ver que o teu príncipe (à tua maneira), anda por aí. O que acontece é que ele anda distraido e ainda não se cruzaram:)Entretanto vai aproveitando tudo de bom que a vida te oferece.
Beijinho

LurdesMartins disse...

Pois, pois distraído... ou será que sou eu que ando distraída?!?!?

Anónimo disse...

Huummm...
Também pode ser......às vezes está bem perto de nós e nem nos apercebemos...Abre os olhos!!

Anónimo disse...

Princípes e em cavalos brancos só conheço os que são esperados e como é longa a lista de espera. Habituado a aguardar a chegada de princesas, impressiona-me sempre essa fila imensa que se espalha pelo mundo numa ansiedade sem limites. E não os encontramos porque só os conhecermos pela armadura, reluzente, prateada e garbosa. Os problemas começam quando descem do cavalo e tiram a armadura. Servido o festim, descobre-se que também falam e é nesse momento que o mundo, pelo menos o nosso, começa a derreter-se e como nos espantamos com a facilidade com que acreditamos no princípe seguinte.Mas a vida tem destas ilusões. A beleza dos gestos é sempre superada pela beleza do visível, do imediato, do que tocamos, do imaginário que transportamos na memória. As minhas princesas chegam sempre, porque cansado de as esperar, construí-as à medida dos sonhos de um mundo perfeito. É verdade, trazem solidão, aqui e ali, às vezes, aqui, ali e mais à frente, mas para isso os amigos ajudam um pouco. Não é tudo, pois há momentos em que precisamos mesmo de tocar aquelas armaduras que nos atraem como os átomos aos electrões, mas caramba, um sorriso de uma princesa, o ohar matinal de uma rainha compensam milhares de solidões. Não desistam, os princípes aparecem sempre. Depois descobrem que são ligeiramente piores que os lobos, mas nesse momento, o mal já passou e sempre puderam ter um minuto de alegria. Se não quiserem ter surpresas, escolham desde logo os lobos, quando os conhecerem melhor, vão descobrir que têm algo que os princípes não alcançam, são puros da alma.
Quanto à solidão, havemos de falar noutra ocasião.

Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Ó Galileu... olha que eu suspeito quem tu és! E digo-te já que gostei desse nome! Galileu Galilei... Isto promete!
Se calhar é mesmo esse o nosso (das mulheres) problema, a eterna procura pelos príncipes... mas será que eles não existem mesmo?!?!? Certo é que quando as expectativas são demasiado elevadas, a desilusão tende a ser maior... Pureza da alma... retomaremos este assunto quando falarmos da solidão, ok?!?
Espero ver-te mais vezes por aqui.
Beijinhos

Anónimo disse...

Olá,
Quase era hoje que te falava da solidão, da minha, da dos Homens e da do Mundo, mas algo me diz para me afastar, conceder uma trégua à vida, lançar luzes de alarme sobre o oceano e tentar que os naufragos tenham ainda uma chama de esperança. Ficará então para mais tarde, tanto mais que, hoje, ao que leio, precisas de salva-vidas para o computador e não para a filosofia.

Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Olá Galileu!
Escreves cá para trás para passares despercebido?!?!?
A mim a solidão tem-me dado alguma trégua... ou pelo menos eu ando a evitá-la! Tenho conseguido mas não sei quando de repente me virá bater à porta...
O problema do teclado está temporariamente resolvido. Troquei o meu teclado ultra moderno por um mais antigo que estava de lado!!!
Beijinhos

Anónimo disse...

Olá,
É verdade que me refugio nos cantos, nas sombras, da noite e da vida. Sendo a minha vida de olhar para os céus, para a eternidade das estrelas, repouso onde os outros não estão. è mais vasto o cenário, mais amplo o horizonte.
Estou de acordo, por vezes temos um momento de trégua, até que, sombria, apanhando-nos desprevenidos, quando a serenidade dos dias nos amansa as defesas, chega e deixa-se ficar como aquela chuva de inverno que nos destrói a mais pura das vontades.
Mas há solidões que se sentem nos livros:
"Decidido a deixar-se viver, matando em si o atormentado, Mioma foi bater à porta de Glorinhas. Bateu, chamou, ninguém lhe tornou resposta. Lá ao fundo da quintã pareceu-lhe ouvir um rostolhadoiro de palhas, difícil de presumir se de gente se de animais. E de coração inquieto, possuído dum terror vago, meteu pela viela para que olhava a janelinha de grade da quintã. Em face, nos amassadoiros de pedra, a Maria Morgada, que recebera o filho da Chilandeira, a Águeda do Narciso e outras batiam adeitos de linho. Afoito, depois de dar os bons-dias, Mioma empurrou a porta na fresta de varões. Empurrou-a dum alancão, e seus olhos presenciaram a monstruosidade: o João Bispo, o homúnculo hediondo, sob seu corpo seminu subjugava o corpo seminu de Glorinhas. Bocados de formosura divina confundiam-se com luaceiros de disformidade imunda. Ela debatia-se, o monstro que com uma das mãos lhe tapava a boca, com a outra tentava seu lance. Tinha a cara a correr sangue, espuma nos lábios, e era medonho em seu papel de animal, de emissário implacável da porca madre natureza. Mioma hesitou em gritar, em chamar aquelas mulheres a ver a desonra da sua amada e o seu opróbrio. Que chamasse... subvertido, o corpo desejado cedeu.... semicerraram-se-lhe os olhos... a boca já livre entreabriu-se, toda a defesa parara.
Mioma largou a fugir, a uivar, alucinado, como se levasse pelo corpo e até dentro do coração a mordê-lo, a persegui-lo, milhões de vespas em brasa."

"Voltei-me, disposto a abandonar seis anos de quimeras, mas houve qualquer coisa que me deteve os passos antes de alcançar a sala de música. Uma voz assobiando atrás de mim, atrás da porta. Uma voz profunda, que sussurava e ria. No quarto de Clara. Avancei lentamente na direcção da porta. Pousei os dedos na maçaneta da porta. Tremiam-me os dedos. Tinha chegado tarde. Engoli em seco e abri a porta. O corpo nu de Clara jazia sobre os lençóis brancos que brilhavam como seda lavada. As mãos do maestro Neri deslizavam sobre os seus lábios, o pescoço e o peito. Os seus olhos brancos levantavam-se para o tecto, estremecendo sob as investidas com que aquele professor de música a penetrava entre as coxas pálidas e trémulas. As mesmas mãos que me tinham lido o rosto seis anos atrás nas trevas do Ateneo aferravam agora as nádegas do maestro, reluzentes de suor, cravando-lhe as unhas e guiando-o até às suas entranhas com uma ânsia animal, desesperada. Senti que me faltava o ar."

O terceiro momento de solidão da alma não é dos livros, encontrei-o numa esquina da vida. Catarina estava bela naquela noite. A brancura da pele aparecia realçada pela da roupa. Sentou-se ao lado de Artur e parecia que toda a sua atenção se destinava a ele. A atenção sim, mas o pensamento galopava para a figura de Vladimiro e quando a madrugada chegou este rodeou-lhe a cintura arrastando-a para mais uma dança e disparou uma resfolhada de flechas que a prenderam à noite. Catarina partiu, acompanhada, aparentemente sem a timidez que tanto exaltava, sem aquele ar angélico que a tornava ao mesmo tempo inacessível e apetecível, entregando-se até onde ele quis que a sua vontade fora quebrada como ferro a ferver onde cai água fria. Artur, deixou Margarida à guarda dos casacos e partiu noite escura com a alma vertida em lágrimas como uma fonte de montanha em pleno degelo.

A solidão chega assim, por vezes, quando pensamos que vamos encontrar um mar de alegria, assesta-nos uma tempestade de maldade e, ficamos por aí, a vaguear, soltando uivos nocturnos que assustam os fantasmas que guardamos na memória.
Desculpa a longitude da mensagem, mas hoje a noite está encoberta e não me permite o exercício de contar as estrelas.

Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Que te posso dizer Galileu?!?!?! Fiquei sem palavras... melhor, fiquei com o coração preso... sim, foi isso!
Um beijinho muito grande pra ti.

Anónimo disse...

Olá,

Ontem à noite num desses intervalos de tentar compreender os mistérios do céu, vim visitar-te, mas surpreendido pela generosidade dos teus comentários, voltei a olhar o infinito. A noite estava opaca e silenciosa e soprava um vento leve em redor dos aparelhos de observação. Apesar deste trabalho isolado, nem sempre é sinónimo de solidão. Podemos pensar, reflectir, deambular pelas sombras da noite e assistir a um baile estelar. Contemplar este infinito é como estar nas festas vendo os amigos a dançar e festejar sem participarmos directamente. Na noite, tudo se desenrola perante o nosso olhar, podemos até bater palmas, mas continuamos nesse afã anónimo de saudar a alegria. É também uma forma de fazer parte dessa letícia.
Agora ao amanhecer, quando o dia embrulhou a noite e a ofereceu de presente aos que acordam, decidi aqui voltar. Haverá ainda uma palavra ou outra para continuar. A solidão pode também ser uma forma de amor, de amizade, até uma forma de estar feliz. As sombras só perturbam quando morreram, quando já não estão e teimam em visitar-nos ou nós insistimos em procurá-las como se o passado não tivesse terminado a sua actuação.
Mas deixemos. Fixemo-nos no dia que se ergue que estende os braços pelo horizonte e abraça o mar num cântico de esperança.

um bom dia para ti.
hei-de voltar.

Galileu. Galilei.

LurdesMartins disse...

Um baile estelar... gostei dessa imagem!
Ver os outros festejar não participando directamente... é assim que tu gostas, não é?!?!

Um bom dia pra ti também. Beijinhos

Anónimo disse...

Olá,

A noite hoje até está agradável e o objecto do meu estudo observável. Um azul escuro belo, como gosto de o ver, carregado de pontos plenos de brilho, mas há uma ligeira névoa, pensei que eram os meus olhos dormidos, cansados, mas não, são sombras, do passado, de novo vestidas de anjo, sedutoras, chamativas, tentadoras que quase já tinha esquecido. Quando menos espero, quando pareço estabilizar, chamam-me, sorriem, ao longe. Resisto, mas às vezes, vou e de novo carrego um mar de desilusões que as estrelas nocturnas não conseguem absorver. Essas sombras tentadoras, hoje voltaram, daí essa névoa que presinto no horizonte do universo.
Tens razão, vivo nessa obscuridade das festas, da alegria dos outros. Construo como participante activo, mas depois, fico na retaguarda a ver a felicidade dos que me acompanham. Durante muito tempo, talvez demasiado tempo, fui passageiro de um navio anónimo. Não importava que não conhecessem os actores, o importante é que a peça fosse representada. Quando era levada à cena, se outra missão já não tivéssemos, ficávamos a olhar o resultado do nosso esforço.
Sabes, existe uma fronteira, entre o dia e a noite, entre a sombra e a claridade, entre a vida e o silêncio. Vivo muito nesta última e quase que adivinho o resultado da escolha quando tiver de chegar. Mas nada disto é um drama, embora possa parecer.
Vou voltar para as minhas estrelas. Também elas, apesar do silêncio, da solidão, brilham intensas e pulsam de vida.
Um boa noite para ti.
Galileu, Galilei.

Anónimo disse...

Olá,

De quando em vez dou comigo a vir aqui visitar-te. Será a ideia de que estou a ser escutado por alguém ou apenas a sensação de que o possa estar e isso já seja o suficiente para me sentir mais confortado? Quem saberá as respostas para as perguntas da vida? Hoje, de qualquer forma, o céu não está visível, há nuvens baixas que acrescentam poeira, à poeira terrestre e para falarmos com as estrelas têm de estar visíveis e que nada obstrua esse diálogo directo. Daí esta fuga até aqui. Então na noite do Gerês, também tu observaste galáxias e gostaste de observar miríades de pontos brilhantes em diálogo nocturno, silencioso emoldurando a beleza da noite? Deve ter sido de uma beleza ímpar, pois só em espaços de grande escuridão, o universo se oferece assim em pleno esplendor, e depois, o Gerês, só por si, é um espaço ímpar para tudo isso.
Sabes, hoje deambulava aguardando a possibilidade de diálogo com os meus objectos estelares e lembrei-me dos pequenos gestos. Há dias falei disso, creio, como um gesto, um afago, um segundo de ternura podem marcar a diferença. O dia não foi fácil e aquela jovem mulher estava tensa, nervosa, agitada e nem sequer um olhar foi capaz de realizar, mesmo um daqueles mais simples que as estrelas me fazem quando passam na noite apressadas. Deixei. É melhor não nos aproximarmos nesses momentos, até porque, naquele silêncio em que vivo, adquiro sempre um pequeno sentimento de culpa. Fiz algo que não devia, pensei e é melhor aguardar que a tempestade acalme.. Mas, à saída, por mera coincidência, encontramo-nos e com um até amanhã, recebi um olhar com um sorriso gaiato, um olhar malandro e uma mão tocou-me no ombro. Veio-me à memória aquela frase de que "a ternura é um sentimento que nos desarma". Ficou o gesto e o olhar. Durou um segundo, mas agora ao tentar alcançar outros universos, aquele momento parece-me uma eternidade. Apesar de tudo as estrelas continuam minhas amigas. Por falar em amigos, será que estarei a construir uma amizade com este blog? Afinal não é com ele que vou conversando em silêncio como faço com as noites estelares? Quiçá, no domínio do virtual, também não será verdadeira a mensagem de Pessoa sobre a amizade?:
"Trago um segredo comigo
que hoje te venho dizer
quero ser teu amigo
com uma amizade a valer"
Bem, nestas coisas, as amizades são como olhar o céu, requerem paciência, lealdade, disponibilidade e aguardar que um dia possamos ser úteis.
Quem sabe, blog, até onde o futuro nos levará?

Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Galileu, quem aqui vem é sempre escutado! E as tuas visitas são sempre uma alegria!
Esse céu de ontem, já antevinha o dia feio de hoje, não?!?!
No Gerês, só foi pena o frio... senão o namoro às estrelas seria muito maior!
Sabes, eu sou uma menina crescida e criada na aldeia, onde o céu pode ser maravilhosamente observado e um dos meus passatempos preferidos era deitar-me no chão e apreciá-lo, de noite as estrelas, de dia as nuvens com a sua capacidade ínfima de mudarem de forma. Ainda há pouco tempo o relembrei na prática, na ilha de S. Miguel!
Tu és um maroteco... perdeste no sorriso das cachopas, é?!? São esses pequenos sinais que mexem tanto connosco às vezes... aposto que sonhaste com esse até amanhã!! A amizade é uma coisa que eu muito prezo e se tiveres que fazer uma fá-la comigo, não com o blog. Comigo podes contar! Beijinhos

Anónimo disse...

Olá,

Tantos ex! São eles que desistem ou tu que te cansas? Bem, por vezes procuramos alguém e quando nos debruçamos sobre a varanda da vida, descobrimos que navegamos num equívoco, mas foi assim tão mau encontrares um e descobrires o outro?
A chuva não me tem deixado olhar o céu, ou então é necessário aguardarmos demasiado tempo por um horizonte universal sem nuvens. A chuva é boa para as observações, pois tal como na Terra e na vida, também no universo, limpa a paisagem, afasta as poeiras e a noite brilha mais intensa. Mas, tem estado mais lenta e mais reflexiva. Como tu disseste, aquele até amanhã ficou a dançar na memória como som mágico trazido pela brisa da tarde. Até mim chegou aquele cântico gregoriano que me arrebata, trazido pelas encostas das montanhas e arrebatados de desfiladeiros onde monges procuram Deus na infinitude do tempo.
Se já fosse pouco, no dia seguinte decidi fazer uma surpresa a quem chega de manhã já cansado só em pensar no serviço que tem para fazer. Uma flor, uma flor apenas, amarela para fazer brilhar um sorriso bonito e à tarde cumprindo um compromisso antigo, rumei a norte para oferecer um livro a quem o merece e mais não digo, para não perder este sentimento de alegria que é sentir que podemos ser úteis aos outros.

Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Olá Galileu!
Não são assim tantos ex... foi apenas uma situação caricata que me pôs a pensar nas escolhas que às vezes fazemos... O ex-pretendente está um gato! O outro, embora eu não queira e apesar de já acontecer muito raramente, de vez em quando ainda me assombra... e não, não fui eu que me cansei dele!
A chuva não te tem facilitado a vida é certo, mas o céu continua lá! Agora podes imaginar o que tu quiseres...
Beijinhos e boa noite.

Anónimo disse...

Olá,
Hoje não consigo olhar o céu. Vou antes imaginar o que quiser como tu dizes. Há noites assim, olhamos e nada vimos só imaginamos. Hoje é uma dessas noites. Visitaram-me de novo os fantasmas. É espantoso como sempre me surpreendem ao dobrar da esquina, pela calada, quando estou desprevenido.
Foi há muito tempo. Como noutras noites perscrutava o céu à procura de uma daquelas estrelas que nos agarram a alma. Há muito que a aguardava e sossegada ali estava ela num canto da constelação. Afinei as lentes do telescópio e aproximei-me o mais que pude. Fui atraído como para um autêntico buraco negro e depois já não sei quem ficou preso, se o meu olhar ao astro, se ela à minha observação. Houve um momento que tive a sensação que ia abraçar o universo até descobrir que eu não passava de um espelho e aquela estrela ao olhar-me, via reflectida apenas uma outra galáxia a que há muito olhava. Um dia, esgotado, soltei-a do horizonte do meu objecto de observação e descobri que há muito precisava que a soltassem. Afastei de novo a lente e tentei alcançar a vastidão do universo. Ficou apenas a presença estranha do desejo a povoar-me o pensamento. Que estrela, tão próxima e tão longe. Quando penso que partiu de vez para outros universos, aparece de surpresa no meu céu, como se não tivesse rota, nem destino, como se não obedecesse às leis físicas e rituais da matemática. Citando Chico Buarque, diz, "a verdadeira solidão é aquela em que nos perdemos de nós próprios e não encontramos a alma". "Para ti... com carinho, na certeza de que tu esta solidão não viverás". Assim, em silêncio chegou, em silêncio se foi. Por isso, não me apetece procurar o céu, tenho medo que essa estrela apareça de repente. Prefiro, por entre as sombras, recordar o até amanhã da última semana.

Até depois
Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Galileu, é impressão minha ou tu andas mesmo apaixonado?!?!

Beijinhos

Anónimo disse...

Gostei de te conhecer mais um pouco, embora se adivinhassem essas qualidades nos textos que publicas. A beleza interior nota-se sempre de alguma forma.
Foi bonito a forma como divulgaste o blog que descobriste. Outro Galileu? Seduzido pelas tuas generosas palavras, fui visitá-lo. Aparentemente temos o mesmo prazer pelo infinito. Quem diria. O universo é pequeno.
Apaixonado, eu? Claro, quando se passa a vida a espreitar o céu não resistimos ao chamamento das estrelas e tantas vemos, que entre a beleza do conjunto, descobrimos sempre uma mais brilhante. Aproximamo-nos e tentamos seduzi-la, cantamos-lhe a vida, a imensidão das coisas, a serenidade das tardes em aldeias à beira-mar e um grito de alegria espreitando na noite. Mas as estrelas estão no firmamento a uma distância considerável e quando a sua rotação as leva por outros caminhos, destroçam-nos a alma. Mas enquanto a memória guarda como fogo vivo, a lembrança dos seus elementos químicos, o vento arrastando poeiras do seu solo como cabelos esvoaçando e o amanhecer parece um olhar aguado de sorrisos, o mundo quase parece perfeito. É assim a vida.
Obrigado por me escutares, nestas noites em que as nuvens cobrem o meu universo.
Boa noite
Galileu, Galilei

LurdesMartins disse...

Pois é, a vida é feita de coincidências... de coincidências e de surpresas! Mas é isto que faz a vida ter piada, certo?!
Hoje sou eu que estou melancólica, até demais devo confessar. Não sei de devo culpar o tempo, a vida ou a mim... parece que todas as estrelas fugiram do meu céu...
Volta sempre que eu gosto de conversar contigo! Beijinhos

Anónimo disse...

Olá,

Aqui e ali nota-se um sentimento mais pesado. Melancolia, nostalgia ou tristeza? Apesar de tudo, prefiro a tristeza. Triste é mais profundo, liga-me mais à natureza, ao tempo, à reflexão. Triste pode ser amar sem ser amado, pode ser estar só no meio do nada, mas pode ser apenas um abraço da estação do ano, enquanto a nostalgia é a recordação de algo que se perdeu para sempre e a melancolia destrói-nos aos poucos.
Um dia escrevi num teste de inglês que a estação do ano preferida era o Outono, por ser uma estação triste. A idade deve ter provocado alterações na forma de estar, pois, sem deixar de gostar do Outono, persigo a Primavera, que é o renascer da vida.
Hoje não vou olhar o céu, pois quero guardar na memória as últimas imagens daquela bela estrela que, contornando o tempo,me vai alimentando os sonhos.
Boa noite
Galileu, Galilei