Esta nova experiência de dar Inglês aos miúdos do 1º ciclo (escola primária, no meu tempo. Ena pá, até pareço uma velhota a falar! No meu tempo...), tem sido tudo menos monótona.
São uma caixinha de surpresas estes meus "meninos"! Sim, ponho meninos entre aspas porque há lá meia dúzia deles que de meninos já não têm nada. É que agora, os miúdos com 12 e 13 anos (é verdade, há miúdos com esta idade no 4º ano) são extraordinariamente precoces.
Desde:
"- Ó professora! Queria dizer-lhe uma coisa mas sei que vai ficar zangada!"
E eu já a pensar depois de ver o sorrisinho "O que virá por aí desta vez..."
"- Se achas que vou ficar zangada então é melhor não dizeres!"
"- Mas eu queria mesmo dizer..."
"- Então pensa um bocadinho e depois se achares que deves mesmo dizer, diz!"
Dois minutos, se tanto, de tréguas e volta o ataque. Agora é o colega de carteira:
"- Ó professora, o X tem mesmo uma coisa importante pra lhe dizer!"
"- Pois tenho!"
E eu a fingir que não ouço. De repente o X (miúdo de 13 anos) sai-se com esta:
"- A professora é boa!"
E eu volto a fingir que não ouço.
"- A professora é mesmo boa!", repete ele agora mais alto.
Haja paciência...
"- Pois sou, sou uma boa professora para vocês e mesmo assim não fazem um esforço pra se portarem bem, pois não?!"
Com um ar meio confuso porque parece que a professora não entendeu o que ele disse, remata:
"- Não era isso que eu queria dizer!"
Até:
já ter sido presenteada com uma bela obra de arte onde se pode ver a professora de Inglês com o seu cabelo ao vento, sem braços, mas com uma saia (eu quase nunca uso saia, mas as meninas têm saia, certo?!) lindíssima que também estava ao vento pois podia-se ver aquilo que supostamente devia estar tapado (e não só pela saia...)!
Mas hoje, eu queria mesmo era escrever sobre o Y. O Y é um daqueles meninos (este tem 9 anos), que sendo inteligente q.b., teima sempre em que algo está errado mas nunca ele. Ou seja, quando há qualquer coisa onde ele tem dúvidas ou não sabe fazer, das duas três, ou o livro está errado ou a professora enganou-se! É limpinho!!!
Para além desta característica, como direi... irritante, tem uma outra ainda mais irritante: qualquer coisa que se diga, seja a professora sejam os colegas, o Y tem que ter sempre a última palavra mesmo que não haja necessidade de uma! É limpinho!!!
Um dia destes, tentei explicar-lhe que isso não era de maneira nenhuma uma qualidade, muito pelo contrário! Que nem sempre há necessidade de acrescentar qualquer coisa ao que já foi dito até porque pode passar por um menino mal-educado (dado os seus acrescentos...).
Para que aquilo que digo possa ser devidamente entendido, costumo dar exemplos, e então para abrilhantar este meu discurso, digo eu:
"- Por exemplo, se eu disser que a parede lá do fundo é branca, não há mais nada a acrescentar porque a parede é branca e ponto final. No entanto o menino Y como tem por hábito querer ter a última palavra e ser do contra vai concerteza dizer que, atenção a parede é branca com pontinhos cinzentos!"
O meu discurso acabou quando o Y toma a palavra:
"- Ó teacher, é que a parede podia estar suja!"
Palavras para quê????!!!!????