sábado, março 30, 2013

CANSAÇO


O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas - 
Essas e o que faz falta nelas eternamente - 
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
Porque amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço.

Álvaro de Campos

quarta-feira, março 27, 2013

PARABÉNS, AUXILIAR!



E passou mais um ano. Fraco em escrita, publicações e visitas. Mas o tempo é assim, não se padece com nada e simplesmente passa. Não que este ano não tenha tido coisas para partilhar. Eu é que tenho andado ausente de muita coisa, da própria vida até, algumas vezes. Mas como hoje ainda me disseram e já que somos todos de luas, pode ser que a lua mude.

terça-feira, março 19, 2013

DIA DO PAI

As flores que lhe deixei no domingo, não substituem, de forma alguma, o telefonema que hoje gostava de lhe ter feito. Mas prás flores ainda tenho um endereço. Para o telefonema, já não há receptor...

Um grande beijo Pai, aonde quer que esteja. Olhe por mim que eu ando a precisar.